Em 6 de junho, após três anos do Censo 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) finalmente divulgou os números oficiais relativos à religião no Brasil. Segundo o levantamento, os evangélicos, que no Censo 2010 eram 21,6%, hoje são 26,9%. Os católicos, por sua vez, caíram de 65% para 56,6%. Lembrando que este é um retrato de três anos atrás. Se considerarmos essa média de meio ponto percentual por ano de 2010 a 2022, hoje os evangélicos já seriam 28,5%.
Por sua vez, como frisa a matéria da Agência Brasil sobre o Censo, “os sem religião, que incluem qualquer pessoa que não se identifica com nenhuma denominação e aquelas que não têm qualquer fé (ateus e agnósticos), também cresceram, de 7,9%, em 2010, para 9,3%, em 2022”.
“Se a pessoa se declara sem religião, a gente registra que é sem religião, mas não tem uma pergunta que busque especificar por que motivo a pessoa se declarou sem religião”, afirma o também pesquisador do IBGE Bruno Perez, em entrevista à Agência Brasil. A seguir, seguem mais informações da Agência Brasil.
Evangélicos
A distribuição dos evangélicos por faixa etária é mais uniforme, mas é um pouco maior entre as faixas etárias mais jovens. Entre aqueles que têm de 10 a 14 anos, por exemplo, 31,6% declararam ter essa religião, em 2022.
O percentual varia entre 27,5% e 28,9%, na faixa de 15 a 49 anos. A partir daí, os evangélicos têm ligeira queda conforme a idade avança, chegando à parcela de 19% entre aqueles com 80 anos ou mais.
A Região Norte possuía maior proporção de evangélicos na população (36,8%), seguida pelo Centro-Oeste (31,4%). Sudeste e Sul tinham, respectivamente, 28% e 23,7%. O Nordeste apresentava a menor proporção: 22,5%.
Entre os estados com maior população de
evangélicos, destaca-se o Acre (44,4%). Piauí tinha a menor proporção de
seguidores dessa denominação na sua população (15,6%).
Os evangélicos eram maioria da população em apenas 58 municípios, com
destaque para aqueles de colonização alemã/pomerana: Arroio do Padre
(RS), Arabutã (SC) e Santa Maria de Jetibá (ES). Em 244 municípios, eles
não eram maioria, mas representavam a principal religião. Manacapuru
(AM) era o município com mais de 100 mil habitantes que registrou a
maior proporção de evangélicos (51,8%).
Outras religiões
O Censo mostrou ainda o crescimento de pessoas que declaram ter outras religiosidades (como judaísmo, islamismo, budismo, tradições esotéricas ou várias religiões), que passaram de 2,7%, em 2010, para 4%, em 2022; e tradições indígenas (de 0 para 0,1% no período).
Os espíritas, por outro lado, reduziram sua presença na matriz religiosa brasileira, passando de 2,1% para 1,8%, entre os dois censos.
Em 2022, Roraima era o estado com maior proporção de pessoas com tradições indígenas na população (1,7%), de outras religiosidades (7,8%) e sem religião (16,9%). Neste último caso, o posto é dividido com o Rio de Janeiro, que também possuía 16,9% de pessoas sem religião. O Rio também tinha a maior proporção de espíritas na população (3,5%).
Já o Rio Grande do Sul apresentou a maior proporção de praticantes de umbanda, candomblé e outras religiões de matriz africana (3,2%).
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