Foto: reprodução- Portas Abertas
Em 2 de abril de 2015, Jane perdeu o horário e não conseguiu chegar a tempo para a tradicional reunião de oração que os estudantes da Universidade de Garissa faziam. Ela presenciou o momento em que militantes do grupo extremista Al Shabaab atacaram a instituição de educação no nordeste do Quênia, e mataram diversos alunos que participavam do devocional daquele dia, assim como alguns outros jovens espalhados pelo campus.
Jane sobreviveu ao atentado, mas perdeu amigos próximos e colegas, ficando com muitos traumas. Há nove anos, parceiros da Portas Abertas acompanham muitos jovens sobreviventes no processo de cuidados pós-trauma e recomeço de vida após o ataque de Garissa.
“Eu sobrevivi ao ataque aterrorizante em 2015 e estava muito traumatizada quando conheci a organização de vocês e fui muito ajudada”, disse Jane aos parceiros locais.
Ela também compartilhou detalhes das lembranças que tem do ataque e como a vida ficou difícil depois do atentado. “Basta o som de portas batendo ou de um pneu cantando na rua para trazer as memórias à tona”, conta Jane.
A jovem também se lembra da dor que sentiu ao ser transferida para um novo local de estudos. “Os estudantes na nova instituição começaram a tratar os sobreviventes da Universidade de Garissa de maneira diferente”, conta Jane. A distinção fez com que os alunos transferidos da Universidade de Garissa ficassem ainda mais isolados, o que intensificou seus traumas.
Em setembro de 2019, Jane e outros sobreviventes do ataque foram beneficiados pelo projeto da Portas Abertas de cuidados pós-trauma, com apoio emocional e espiritual. Ela também participou do treinamento Permanecendo Firme Através da Tempestade (SSTS, da sigla em inglês) e em 2021, ingressou no projeto de geração de renda da Portas Abertas, onde recebeu uma ajuda financeira para investir na criação de pequenas aves em casa.
“O projeto me ajudou a sustentar financeiramente minha família. Comecei a criar pintinhos de galinha no quintal. Posso vender as galinhas e os galos quando crescem o suficiente. Além disso, posso vender os ovos e isso gera uma renda para mim. Com esses recursos, cuido da minha roça, onde planto vegetais e milho para a sobrevivência da minha família”, contou Jane, hoje com 31 anos.
A jovem relata que venceu agradeça todo apoio da Missão Portas Abertas, que foi fundamental que ela superasse os traumas causados pelo ataque. “Não estou mais dominada pelo estresse e pelo trauma. Estou forte. Vejo que fui curada com o apoio de vocês e sou tão grata por isso. Obrigada por tudo que vocês fizeram por mim”, disse.
Com informações Portas Abertas
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